UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Quando você perceber que...


Quando você perceber que, para produzir, 
precisa obter a autorização de quem não produz nada;
quando comprovar que o dinheiro flui 
para quem negocia não com bens, mas com favores; 
quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno 
e por influência, mais que pelo trabalho, 
e que as leis não nos protegem deles, 
mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
quando perceber que a corrupção é recompensada, 
e a honestidade se converte em auto-sacrifício;
então poderá afirmar, sem temor de errar, 
que sua sociedade está condenada.

(Autora: Ayn Rand)

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