UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 23 de agosto de 2015

Não é necessário...

Não é necessário mostrar beleza a cegos,
nem dizer verdades aos surdos,
mas nunca minta pra quem te escuta,
e nem decepcione os olhos
de quem te admira.
O fim nem sempre é o final.
A vida nem sempre é real.
A roda nem sempre é gigante.
O passado nem sempre passou.
O presente nem sempre ficou
O hoje nem sempre é agora
O tempo?
O tempo não pára!

(Autor Desconhecido) 

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