UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Poema de Páscoa



Jesus Cristo foi o homem que uniu contrastes.
Morreu na cruz perdoando a humanidade,
Saboreou a glória do anonimato,
Surpreendeu a todos com seus atos.
No campo da emoção tinha segurança
Mas, por trás dela, a sensibilidade.
Juntou todos numa só aliança
E ao mesmo tempo permitiu a liberdade.
Nenhum homem foi tão honrado,
Também nenhum outro permitiu tamanha humilhação.
Tudo lhe era inabalado
Até mesmo na hora da crucificação.
Transparecia muita simplicidade.
Mesmo com a grandeza do seu poder,
Fazia com a sua humildade,
O rico, do seu degrau descer.
Jamais veremos maior prova de amor:
Alguém, por nós, morrer na cruz.
Só ELE, o Mestre e Senhor,
Só ELE, Cristo Jesus.

(Autora: Paloma Andrade Pinheiro)

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