UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Índio, simplesmente índio!

A mata, desmatada.
Nosso povo humilhado,
Nossa terra roubada,
Nosso povo escravizado.
Plantas medicinais,
Em mãos de multinacionais,
Que roubadas, de forma cínica,
São exportadas e retornam
A  preço de ouro, cheias de química.
Somos uma sociedade milenar,
Temos muito a ensinar.
Para que moto-serra?
Se é tão fácil cuidar da terra,
Preservando a natureza.
Porque assim, com certeza,
Teremos ar melhor para respirar.
O homem-branco,
Fez o seu próprio barranco,
Que está prestes a desmoronar.
O rio está secando,
A temperatura do ar aumentando.
Pejorativamente, dizem que somos ¨índios¨.
Mas não somos nós
Que, com a natureza, estamos acabando.
Somos ÍNDIOS, sim!!
Um povo CIVILIZADO,
Que trata a natureza, a terra, com cuidado,
Para não morrermos de maneira vulgar,
Como vai morrer esse homem branco marginalizado!!!
Somos ÍNDIOs, simplesmente, ÍNDIO somos!!!

(Autor: Paulo Odair Silva)

Nenhum comentário: