A existência dos elementais,
segundo os antigos anciãos e sábios do passado, explicava a dinâmica do
universo. Como seres reais, eram responsabilizados pelas mudanças climáticas e
correntes marítimas, pela precipitação da chuva ou pelo fato de haver fogo,
entre muitos outros fenômenos da natureza. Apesar de ser uma explicação
mitológica, própria da maneira pela qual se estruturava o conhecimento na
época, eles não estavam enganados. Tanto assim que, apesar de a investigação
científica não haver diagnosticado a existência concreta desses seres através
de seus métodos, as explicações dadas a tais fenômenos não excluem a ação dos
elementais. Pelo contrário.
Os sábios da Antiguidade
acreditavam que o mundo era formado por quatro elementos básicos: terra, água,
ar e fogo. Não obstante, com o transcorrer do tempo, a ciência viesse a
contribuir com maiores informações a respeito da constituição da matéria, não
tornou o conhecimento antigo obsoleto. A medicina milenar da China, por
exemplo, que já começa a ser endossada pelas pesquisas científicas atuais,
igualmente identifica os quatro elementos. Sob o ponto de vista da magia, os
quatro elementos ainda permanecem, sem entrar em conflito com as explicações
científicas modernas. Os magistas e ocultistas estabeleceram uma classificação
dos elementais sob o ponto de vista desses elementos, considerando-os como
forças da natureza ou tipos de energia.
Então os elementais não possuem
consciência de si mesmos? São apenas energia? Não. Os seres elementais, irmãos
nossos na criação divina, têm uma espécie de consciência instintiva. Podemos
dizer que sua consciência está em elaboração. Apesar disso, eles se agrupam em
famílias, assim como os elementos de uma tabela periódica.
Os elementais são entidades
espirituais relacionadas com os elementos da natureza. Lá, em meio aos
elementos, desempenham tarefas muito importantes. Na verdade, não seria exagero
dizer inclusive que são essenciais à totalidade da vida no mundo. Através dos
elementais e de sua ação direta nos elementos é que chegam às mãos do homem as
ervas, flores e frutos, bem como o oxigênio, a água e tudo o mais que a ciência
denomina como sendo forças ou produtos naturais. Na natureza, esses seres se
agrupam segundo suas afinidades.
Então eles vivem unicamente na
atmosfera? Nem todos. Muitos elementais da família dos silfos possuem uma
inteligência avançada e, devido ao grau de sua consciência, oferecem sua
contribuição para criar as correntes atmosféricas, tão preciosas para a vida na
Terra. Especializaram-se na purificação do ar terrestre e coordenam
agrupamentos inteiros de outros elementais. Quanto à sua contribuição nos
trabalhos práticos da mediunidade, pode-se ressaltar que os silfos auxiliam na
criação e manutenção de formas-pensamento, bem como na estruturação de imagens
mentais. Nos trabalhos de ectoplasmia, são auxiliares diretos, quando há a
necessidade de reeducação de espíritos endurecidos.
E os outros elementais? Duas
classes de elementais que merecem atenção são as ondinas e as ninfas, ambas
relacionadas ao elemento água. Geralmente são entidades que desenvolvem um
sentimento de amor muito intenso. Vivem no mar, nos lagos e lagoas, nos rios e
cachoeiras e, na umbanda, são associadas ao orixá Oxum. As ondinas estão
ligadas mais especificamente aos riachos, às fontes e nascentes, bem como ao
orvalho, que se manifesta próximo a esses locais. Não podemos deixar de
mencionar também sua relação com a chuva, pois trabalham de maneira mais
intensa com a água doce. As ninfas, elementais que se parecem com as ondinas,
apresentam-se com a forma espiritual envolvida numa aura azul e irradiam
intensa luminosidade.
Sendo assim, qual é a diferença
entre as ondinas e as ninfas, já que ambas são elementais das águas? A
diferença básica entre elas é suavidade e a doçura das ninfas, que voam sobre
as águas, deslizando harmoniosamente, como se estivessem desempenhando uma
coreografia aquática. Para completar, temos ainda as sereias, personagens
mitológicos que ilustraram por séculos as histórias dos marinheiros. Na
realidade, sereias e tritões são elementais ligados diretamente às profundezas
das águas salgadas. Possuem conotação feminina e masculina, respectivamente.
Nas atividades mediúnicas, são utilizados para a limpeza de ambientes, da aura
das pessoas e de regiões astrais poluídas por espíritos do mal.
Você pensou que tudo isso não
passasse de lenda. Mas devo lhe afirmar que, em sua grande maioria, as lendas e
histórias consideradas como folclore apenas encobrem uma realidade do mundo
astral, com maior ou menor grau de fidelidade. É que os homens ainda não estão
preparados para conhecer ou confrontar determinadas questões.
E as fadas? Bem, podemos dizer que
as fadas sejam seres de transição entre os elementos terra e ar. Note-se que,
embora tenham como função cuidar das flores e dos frutos, ligados à terra, elas
se apresentam com asas. Pequenas e ágeis, irradiam luz branca e, em virtude de
sua extrema delicadeza, realizam tarefas minuciosas junto à natureza. Seu
trabalho também compreende a interferência direta na cor e nos matizes de tudo
quanto existe no planeta Terra. Como tarefa espiritual, adoram auxiliar na
limpeza de ambientes de instituições religiosas, templos e casas espíritas.
Especializaram-se em emitir determinada substância capaz de manter por tempo
indeterminado as formas mentais de ordem superior. Do mesmo modo, auxiliam os
espíritos superiores na elaboração de ambientes extra-físicos com aparências
belas e paradisíacas. E, ainda, quando espíritos perversos são resgatados de
seus antros e bases sombrias, são as fadas, sob a supervisão de seres mais
elevados, que auxiliam na reconstrução desses ambientes. Transmutam a matéria
astral impregnada de fluidos tóxicos e daninhos em castelos de luz e esplendor.
Temos ainda as salamandras, que
são elementais associados ao fogo. Vivem ligados àquilo que os ocultistas
denominaram éter e que os espíritas conhecem como fluido cósmico universal. Sem
a ação das salamandras o fogo material definitivamente não existiria. Como o
fogo foi, entre os quatro elementos, o primeiro manipulado livremente pelo
homem, e é parte de sua história desde o início da escalada evolutiva, as
salamandras acompanham o progresso humano há eras. Devido a essa relação mais
íntima e antiga com o reino hominal, esses elementais adquiriram o poder de
desencadear ou transformar emoções, isto é, podem absorvê-las ou inspirá-las.
São hábeis ao desenvolver emoções muito semelhantes às humanas e, em virtude de
sua ligação estreita com o elemento fogo, possuem a capacidade de bloquear
vibrações negativas, possibilitando que o homem usufrua de um clima psíquico
mais tranqüilo.
Nas tarefas mediúnicas e em
contato com o comando mental de médiuns experientes, as salamandras são
potentes transmutadores e condensadores de energia. Auxiliam sobremaneira na
queima de objetos e criações mentais originadas ou associadas à magia negra. Os
espíritos superiores as utilizam tanto para a limpeza quanto para a destruição
de bases e laboratórios das trevas. Habitados por inteligências do mal, são
locais-chave em processos obsessivos complexos, onde, entre diversas coisas,
são forjados aparelhos parasitas e outros artefatos. Objetos que, do mesmo
modo, são destruídos graças à atuação das salamandras.
E os duendes e gnomos? Também
existem ou são obras da imaginação popular? Sem dúvida que existem! Os duendes
e gnomos são elementais ligados às florestas e, muitos deles, a lugares
desertos. Possuem forma anã, que lembra o aspecto humano. Gostam de transitar
pelas matas e bosques, dando sinais de sua presença através de cobras e aves,
como o melro, a graúna e também o chamado pai-do-mato. Excelentes colaboradores
nas reuniões de tratamento espiritual, são eles que trazem os elementos
extraídos das plantas, o chamado bioplasma. Auxiliam assim os espíritos
superiores com elementos curativos, de fundamental importância em reuniões de
ectoplasmia e de fluidificação das águas.
Temos ainda os elementais que se
relacionam à terra, os quais chamamos de avissais. Geralmente estão associados
a rochas, cavernas subterrâneas e, vez ou outra, vêm à superfície. Atuam como
transformadores, convertendo elementos materiais em energia. Também são
preciosos coadjuvantes no trabalho dos bons espíritos, notadamente quando há a
necessidade de criar roupas e indumentárias para espíritos materializados. Como
estão ligados à terra, trazem uma cota de energia primária essencial para a
re-constituição da aparência perispiritual de entidades materializadas,
inclusive quando perderam a forma humana ou sentem-se com os membros e órgãos
dilacerados.
Não podia imaginar que esses seres
tivessem uma ação tão ampla e intensa.
Os elementais são seres que ainda
não passaram pela fase de humanidade. Oriundos dos reinos inferiores da
natureza e mais especificamente do reino animal, ainda não ingressaram na
espécie humana. Por essa razão trazem um conteúdo instintivo e primário muito
intenso. Para eles, o homem é um deus. É habitual, e até natural, que obedeçam
ao ser humano e, nesse processo, ligam-se â ele intensamente. Portanto, meu
filho, todo médium é responsável pelo bom ou mau uso que faz dessas potências e
seres da natureza.
Ondinas, sereias, gnomos e fadas
são apenas denominações de um vocabulário humano, que tão-somente disfarçam a
verdadeira face da natureza extrafísica, bem mais ampla que as percepções
ordinárias dos simples mortais. Em meio à vida física, às experiências
cotidianas do ser humano, enxameiam seres vivos, atuantes e conscientes. O
universo todo está repleto de vida, e todos os seres colaboram para o
equilíbrio do mundo. A surpresa com a revelação dessa realidade apenas exprime
nossa profunda ignorância quanto aos “mistérios” da criação.
As questões relativas aos seres
elementais levantam, ainda, novo questionamento. Os elementais — sejam gnomos,
duendes, salamandras ou quaisquer outros — são seres que advêm de um longo
processo evolutivo e que estagiaram no reino animal em sua fase imediatamente
anterior de desenvolvimento. Portanto, devem ter uma espécie de consciência
fragmentária. Onde e em que momento está o elo de ligação desses seres com a
humanidade? Quer dizer, em que etapa da cadeia cósmica de evolução esses seres
se humanizarão e passarão a ser espíritos, dotados de razão? Até hoje os
cientistas da Terra procuram o chamado “elo perdido”. Estão atrás de provas
concretas, materiais da união entre o animal e o ser humano e buscam localizar
o exato momento em que isso teria ocorrido. Em vão. Os espíritos da natureza,
seres que concluíram seu processo evolutivo nos reinos inferiores à espécie
humana, vivem na fase de transição que denominamos elemental. Entretanto, o
processo de humanização, ou, mais precisamente, o instante sideral em que
adquirem a luz da razão e passam a ser espíritos humanos, apenas o Cristo
conhece. Jesus, como representante máximo do Pai no âmbito do planeta Terra, é
o único que possui a ciência e o poder de conceder a esses seres a luz da
razão. E isso não se passa na Terra, mas em mundos especiais, preparados para
esse tipo de transição. Quando soar a hora certa no calendário da eternidade,
esses seres serão conduzidos aos mundos de transição, adormecidos e, sob a
interferência direta do Cristo, acordarão em sua presença, possuidores da chama
eterna da razão. A partir de então, encaminhados aos mundos primitivos,
vivenciarão suas primeiras encarnações junto às humanidades desses orbes. Esse
é o motivo que ocasiona o fracasso da busca dos cientistas: procuram, na Terra,
o elo de ligação, o elo perdido entre o mundo animal e o humano. Não o
encontrarão jamais. As evidências não estão no planeta Terra, mas pertencem
exclusivamente ao plano cósmico, administrado pelo Cristo.