sexta-feira, 21 de junho de 2013

Pássaros


Nos meus poemas não há pássaros
aflitos dentro dos versos,
bicos metidos entre as rimas
na angustia dos voos livres.

Amo as aves revoluteando no ar
a liberdade em plena luz,
que não é querer nem cogitar
mas a forma mesma do corpo.

Asas irrequietas receosas
inconstantes buliçosas
o que voam são os olhos
acesos desconfiados vigilantes
perscrutando inimigos, vítimas, distâncias,
adivinhando flores antevendo ninhos.

(Autor: Miguel Reale)

Nenhum comentário:

Postar um comentário