UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

É Carnaval...


É carnaval!?
Caem as máscaras
Emergem os sonhos
Cessa a agonia...
Vejo pierrots e Colombinas...
Experimento a embriagues
Das utopias.
Encontro-me num mundo
De palhaços e Arlequins...

O céu tocou a terra
E os anjos fizeram-se arautos da
Sobriedade...
Caio por terra. Meus olhos turvam, meus
músculos retesam-se.
De repente, num lampejo de
Razão estou de volta
A realidade;
Esvaio-me em prantos e penso:
Ano que vem tem mais!

(Autor: Fabio Guedes)

Nenhum comentário: