quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Repente


Preciso de repente, como quem abre
a festa de um relâmpago.
Ah, céu anoitecido onde vivo,
que importa o desalinho
se a febre é o meu sistema?
Descerrem-se portas, retinam
momentos de fuga e de cristal:
galos de luz, trevas feridas,
missas proibidas, primaveras!

Tudo serve à fome que me impele.

(Autor: Lúcio Cardoso)

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