UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 14 de julho de 2012

Destino Ingrato


 destino ingrato e mudo
Porque me faz sofre?
que mais de mim quer!
Pois  vivo a padecer.
Trouxe-me um dia Esperança
E enganste-me fazendo viver.
Agora volto a esta só.
Ah destino cruel e mudo
Que vive a rir do meu triste infortunio...
Trazes de volta a ilusão do meu viver.

(Autora: Celma)

Nenhum comentário: