domingo, 29 de abril de 2012

Vem amiga



Vem amiga; darte-ei a tua ceia
e a comida que acaso desejares,
e algum poema que ilumine os ares
menos que a luz malsã dessa candeia.

Aqui terás o peixe desses mares

e o mais gostoso mel de toda a aldeia.
De onde vens? De que cimos? De que altares?
Que luz angelical te agita a veia?

Como te chamas vida da outra vida,

espelho noutro espelho transmudado,
lume na minha luz anoitecida?

Serás o dia à noite do outro lado

de meu ser que nas trevas se apagou?
Ou serás qualquer lume que não sou? 

(Autor: Jorge de Lima)

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