quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

E o Pierrot, chora!



“Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando...
Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim...”
(Noel Rosa; Heitor dos Prazeres, 1935)

Pierrot é uma personagem tipo de mimo e da Commedia dell’Arte, uma variação Francesa do Pedrolino Italiano. Na França do século XIX ele foi batizado como Pierrot, e assim ganhou o mundo. O seu caráter é aquele de um palhaço triste, apaixonado pela Colombina, que inevitavelmente lhe parte o coração e o deixa pelo Arlequim. O mais pobre dos personagens serviçais, vestia roupas feitas de sacos de farinha, tinha o rosto pintado de branco e originalmente não usava máscara. É tradicionalmente representado usando roupas largas e brancas, por vezes metade pretas, cara branca e uma lágrima desenhada abaixo dos olhos. A característica principal do seu comportamento é a sua ingenuidade, e é visto como um bobo, sendo sempre o alvo de piadas, mas mesmo assim continua a confiar nas pessoas. Não foi à toa que sua atitude, sua vestimenta e sua maquiagem influenciaram todos os palhaços de circo. Pierrot também é representado como sendo lunático, distante e inconsciente da realidade.
Tipifica a idealização do amor; um amor sonhador e ingênuo.

A versão francesa do personagem foi feita por Jean-Gaspard Deburau (1796-1846). Ele é o protagonista da famosa canção folclórica francesa "Au Clair de la Lune".
Soletrado "Pjerrot", o personagem é uma atração importante em Bakken, o parque de atrações mais antigo do mundo, na Dinamarca. Segundo a publicidade de Bakken, o personagem tem mais de 4.000 anos, e veio da Turquia (conhecida como Ásia Menor). Também é dito que nos tempos antigos, a boca larga vermelha era feita através do corte físico da boca para a alargar.
O cantor de cabaré Russo do século XX, Alexander Vertinsky, era famoso pela sua atuação como Pierrot, onde ele usava um terno preto e punha pó branco no rosto.

Pierrot, Arlequim e Colombina

Integrantes de uma trama cheia de sátira social, Pierrot, Arlequim e Colombina representam serviçais envolvidos em um triângulo amoroso. Pierrot ama Colombina, que ama Arlequim, que, por sua vez, também deseja Colombina.
Também servo de Pantaleão, Arlequim era um espertalhão preguiçoso e insolente, que tentava convencer a todos da sua ingenuidade e estupidez. Depois de entrar em cena saltitando, deslocava-se pelo palco com passos de dança e um grande repertório de movimentos acrobáticos. Debochado, divertia-se pregando peças nos outros personagens e depois usava sua agilidade para escapar das confusões criadas.
Outra de suas marcas-registradas era a roupa de losangos.
Criada de uma filha do patrão Pantaleão, mas tão bela e refinada quanto sua ama, Colombina era o pivô do triângulo amoroso que ficaria famoso no mundo todo. Para despertar o amor do Arlequim,
a romântica serviçal cantava e dançava graciosamente nos espetáculos.
A história do trio enamorado sempre foi um autêntico entretenimento popular, de origem influenciada pelas brincadeiras de Carnaval. Apresentadas nas ruas e praças das cidades italianas, as histórias encenadas ironizavam a vida e os costumes dos poderosos de então. Para isso, entravam em cena muitos outros personagens,
além dos três mais famosos.

(Fonte: L'itinérance)

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