quarta-feira, 30 de março de 2016

No ciclo eterno

No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.

Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.

Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos.

(Autor: Ricardo Reis)

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