quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Oração do Deprimido

Se esta dor é o quinhão 
que me compete,
 faz com que eu possa suportá-la,
abraçando amorosamente 
essa estranha cruz.

Quando eu estiver em crise, conforta meu coração...

Quando mãos de aço invisíveis apertarem 
minha garganta,  vem em meu auxílio e me concede 
a dádiva de lágrimas libertadoras...

Quando a escuridão se fizer presente e de breu se travestir minha vida, que haja uma réstia de luz, esperança e consolação, brilhando no fundo do poço...

Quando tudo tiver perdido o sentido e eu me encontrar prostrado e abatido, desejando apenas morrer, que um anjo Teu venha me falar de vida, de novas oportunidades e de melhores circunstâncias.

Quando a aridez for tanta,  que eu me torne incapaz de dar um sorriso para quem que seja, eleva-me à majestade do Teu Reino 
e banha-me nas águas de Tua redenção benfazeja...

Quando eu estiver paralisado de terror face aos monstros incompreensíveis do pânico, da culpa, da letargia, da fobia, do isolamento, do ódio auto-direcionado, faz-me lembrar de imediato que o Teu amor se coloca acima de todos esses algozes ilusórios, filhos do meu transitório desequilíbrio, e que eu possa nessa hora abandonar-me em Ti, 
na mais irrestrita confiança.

Permita-me, Senhor, que esta dor não me coloque à margem da vida.

Antes, que eu aprenda com ela e que dela, 
eu seja capaz de arrancar o me aprimoramento...

Quando Senhor, a dor se agigantar de tal sorte, que estando eu vivo, eu estampe a própria morte, com os pensamentos e sentimentos sem convulsão, incapacitado de balbuciar a mais simples oração, assume nesta hora o comando da minha “embarcação”...

E, se um dia Senhor, eu porventura estiver curado e reabilitado, 
livra-me de me tornar esquecido.

Que possa eu amorosamente abrir meu coração, estender as minhas 
mãos e ir ao encontro dos meus outros irmãos deprimidos.

(Autor Desconhecido)

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