quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Vesperal

 Hora de benção, de perdão, de prece...
E que, no entanto, é das que mais afligem...
Entardecer... O azul empalidece
como um rosto na agônica vertigem...

Em breve a noite vai colher a messe
das estrelas... E da cerúlea origem
a alma do vago sobre as almas desce
e as saudades para elas se dirigem...

Morreu da luz o fulgurante império...
O poente, como as ilusões perdidas,
os nossos sonhos vãos, se fez cinéreo...

E sobre tantas ruínas, quando enoite,
virão chorar, nas horas esquecidas,
as cristalinas lágrimas da noite...

(Autor: José Lannes)

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