
O
caipira é um tipo humano de uma determinada região. Sua vida simplória,
sua falta de instrução, são fatores hereditários que tornaram-no uma
figura característica do nordeste e interior paulista. Mas como
qualquer tipo humano, ele possui belíssimas tradições que chegaram até
nós através de gerações.
Acreditamos que nas festas juninas o caipira
aparece como uma figura deturpada, o que tornou-o extremamente cômico,
próximo de um palhaço, talvez por pura falta de conhecimento da verdade
que representa sua figura. A imaginação jocosa não vê as qualidades e
virtudes que possui, frente as condições desfavoráveis do seu viver.
Adiverti: Não tem nada a ver com advertir. Na verdade é o mesmo que divertir. No sítio se fala: “Nóis se adiverti com os bailão”.
Alói: É o mesmo “alui”, mas o caipira às vezes diz: “Ele não alói do lugar”.
Aluí: O caipira usa muito esta expressão sempre que se refere a algo que não se mexe, ou até com pessoas. Você pode ouvir: “Fiz toda força pra rancá o toco, mas nem aluiu”. Ou então: “Minha sogra fica aqui em casa mais de ano. Quando eu penso que ela vai embora, ela nem alui”. Aluí é mexer, mover-se.
Antonte: É quando foi a dois dias. Na cidade se fala anteontem.
Argudão: É aquela planta que chama-se na cidade de algodão.
Arve: Na cidade e nos dicionários é citado como árvore. No sítio é arve mesmo.
Bacuri: criança recém-nascida.
Baita: Grande. Na roça, quando vai dizer que o porco é grande fala-se “é um baita de um porco”.
Bão: É quando o negócio é bom. Na vida do caipira não existe nada bom. Tudo é bão.
Bestagem: bobagem.
Bico de luiz: Ponto para se colocar uma lâmpada. Mas o capiria também refere desta forma à luz, ou à lâmpada, colocada em algum lugar e que pode ser acesa.
Boi do cu branco: Indivíduo que faz tudo para ser diferente. Todo mundo faz de um jeito, e ele faz ao contrário, só pra aparecer.
Bosta da égua: É uma expressão utilizada quando se quer ignorar alguma pessoa, mostrar indiferença. Se diz: “Bosta da égua pra ele”.
Braba: Usa este termo quando a mulher é brava: Éla é muito braba”, como se usa no masculino, brabo. Mas é muito usada quando se refere à pinga ou pimenta muito forte: “Essa pinga é braba, sô”. “A pimenta malagueta é muito braba”.
Brabo: Este é um termo muito usado em algumas situações. A primeira se diz quando alguém ou animal é bravo: “Aquele cachorro do Tonho é brabo”. Quando algo é muito ruim: “Tá brabo o carro do Jão”. Quando algo de comer é muito forte: “Esse moio com pimenta tá muito brabo”.
Caboco: pessoa muito simples.
Campiá: procurar.
Capado: No sítio capado sempre é porco que se mata depois de ficar um tempo na ceva. Antes de colocar o porco para engordar, ele é castrado, que no sítio é capado. O caipira não castra, ele capa. Assim todo porco grande é capado.
Capitar: É o mesmo que capital.
Chapa: No linguajar caipira chapa é dentadura. Também é conhecida como “perereca”.
Chegá: É o mesmo que chegar.
Chick no úrtimo: Quando algo é muito bom. Esta expressão é bem recente. Fala-se: “A festa do peão está chick no úrtimo”.
Coeio: É aquele animal que é chamado na cidade por coelho.
Corgo: É o mesmo que córrego. O caipira só vai pescá no corgo, nunca no córrego.
Corguinho: É um corgo pequeno. Quando tem um fiuzinho de água correndo, aquilo é um corguinho.
Cortá-chão: Ir embora. Quando o capiria que ir embora ele diz: “Vou cortá-chão”.
Cu da maritaca: É uma situação de indignação ou até de revolta. Imagine um carro encravado. O caipira desce do carro, olha bem e lamenta: “É o cu da maritaca”. Ou então ele ouve que a chuva vai demorar. Ele reclama: “É o cu da maritaca”.
Cuisso: É o mesmo que “com isso”. Diz-se: “Não tenho nada cuisso”.
Cum: É o mesmo que “com”.
Cuzinha: O mesmo que cozinha.
Dasveis: às vezes.
De banda: de lado.
Deixar debaixo do balaio: É alguém que deixou alguém esperando. O caipira fala: “Fiquei duas horas esperando e você me deixou debaixo do balaio”. Pode ser também quando se quer ganhar tempo com alguma situação. Aí é assim que se fala: “Vamos deixar esse negócio debaixo do balaio, depois a gente conversa e acerta”. Coisa que está pra acontecer.
Di: dei.
Escangaiado: quebrado, destruído.
Estorva: atrapalha.
Fazê mar: É quando um rapaz desvigina uma menina, ou engravida-a. Então se diz: “O fulano fez mar pra menina”.
Fazeno: O mesmo que fazendo.
Festero: É quem faz festa, quem promove uma festa. No sítio tem sempre alguns bons festeros, que estão sempre prontos para animar e fazer festas.
Foia: O mesmo que “folha”.
Figo: Aquele órgão do corpo humano que zanga quando a gente toma muito mé.
Fígado: é aquela carne do boi que a gente come em bife.
Forga: É o mesmo que folga. O caipira diz: “Amanhã é feriado e eu vô tá de forga”.
Forgo: Pronuncia-se “fôrgo”. É o mesmo que fôlego. Quando o caipira ouve um cantor que estica muito a nota, ele diz: “Esse cator tem forgo...”
Foro: A pronúncia é “fôro”. Um exemplo: “Eles foro imbora da cidade”. Seria o mesmo que “foram”.
Fumo: Aqui pode ser duas coisas. Se o caipira quer pitá, ele tem sempre um fumo bão. Mas se ele vai contar alguma coisa, então ele fala: “Nóis fumo pra cidade, antonte”. Neste caso é o mesmo que fomos.
Função: É quando o caipira faz um festa em casa e convida todo mundo. Esta festa é chamada de função.
Gaitada: risada estridente.
Homi: É o mesmo que homem.
Imbora: Fala-se quando a pessoa vai para algum lugar. “O rapaz foi imbora pra capitar”.
Incunvidado: É a pessoa que é convidado. “Eu fui incunvidado para a festa de aniversário”.
Inducação: É igual a educação. Quando a pessoa não é educada, ela é “senducação”.
Ingraçado: No dicionário o termo é grafado como engraçado. Coisa que tem graça.
Inguar: É o mesmo que igual.
Jão: No sítio não se diz João, mas sim, Jão.
Luiz: O mesmo que luz. Para não confundir com o nome próprio, a entonação está no “u”. Seria “Lúiz”.
Meia-pataca: insignificante.
Memo: Caipira não fala “mesmo” de jeito nenhum. Ali é sempre “memo”.
Mii: O caipira nunca planta milho, mas, mii. Ou seja, milho pra caipira é mii.
Mió: Igual a melhor. O caipira usa esse termo também quando algo é ainda melhor. Ele diz: “Esse aqui é mais mió que aquele”.
Modequê: qual a razão, porque.
Mortandela: O caipira não fala mortadela, mas sim, mortandela.
Muié: É o mesmo que mulher.
Nhô: tratamento respeitoso de senhor.
Nóis: O mesmo que nós.
Onti: Quando se refere ao dia anterior. O mesmo que ontem.
Oreia: O mesmo que orelha.
Orná: combinar.
Ovo atravessado: É quando alguém está mau humorado, nervoso. Então diz que "fulano está com o ovo atravessado (ou ovo virado) hoje".
Paiero: É aquele cigarro de palha que o caipira não abre mão. O caipira gosta de fumar um “paiero” dos bons.
Paieta: É chapéu de palha. O caboclo, quando vai na vila comprar chapéu para trabalhar, pede uma “paieta”. Mas é só chapéu de serviço. Pra sair é outro chapéu.
Pau da berada: Quando a pessoa está em uma situação ruim. Pode ser com saúde, mas normalmente usa-se muito quando alguém está numa situação financeira muito ruim. Quando alguém está quase quebrado financeiramente, é comum dizer: “O fulano está no pau da berada".
Pé de boi: pessoa decidida, muito trabalhadora.
Perereca: É o mesmo que dentadura. Conhecida também como chapa.
Pescá: É aquele esporte de se pegar peixe. Na cidade se fala “pescar”.
Picá a mula: Ir embora. Igual “cortá-chão”. Usa-se muito quando tem que sair depressa, por algum motivo. Ele diz, diante de uma confusão: “Eu vou picá a mula”.
Pranta: É o que se chama na cidade de “planta”.
Prantar: É quando o caipira vai trabalhar e começa a “plantar” a lavoura. É o mesmo que plantar.
Questã: É o mesmo que questão. O caipira fala: “A questã é o seguinte...”. briga jurídica; pergunta.
Rancá: É o mesmo que arrancar. O caipira ranca toco, nunca arrancou nada.
Rei: Utensílio que a gente usa para bater na anca do cavalo, para incitá-lo a andar.
Réiva: raiva.
Reis: A carta do baralho com a letra "K".
Relá: Na cidade, relar (o mesmo que relá) é apenas tocar, mas no sítio, relá tem um significado muito maior. Vai além de um simples toque. Normalmente vem acompanhado de mão. Ficando uma única expressão “relá a mão”. É comum o caipira dizer: “Quem relá a mão nessa arve, morre”.
Sacudido: pessoa decidida, capacitada e trabalhadora.
Senducação: Quando alguém não tem educação. É comum ouvir, no sítio: “Aquele rapaz é muito senducação”.
Suzim: sozinho.
Tá: O mesmo que “está”.
Táio: talho, corte
Tô: Igual a “estou”.
Tôco: pessoa muito rude, pedaço pequeno de um tronco.
Trezontonte: É quando a coisa aconteceu faz três ou quatro dias. O caipira diz: “Eu te vi faiz trezontonte, fazendo compra na vila”.
Truxe: O caipira não fala trouxe, mas sim truxe. Ele diz: “Eu truxe um canivete dos bão”.
Úrtimo: É o mesmo que último.
Vará: É o mesmo que atravessar, mas tem mais uma interpretação. Os meninos, quando chegava circo na cidade, eles varavam, ou seja, passavam, escondidos, debaixo da lona para assisitirem o espetáculo de graça. O garoto falava para o outro: “Vamos vará o circo?”. Na primeira interpretação, vará é atravessar algo. O caipira diz: “O tiro varô o peito do home”.
Varado de fome: Se diz quando está com muita fome. O caipira diz: “Estou varado de fome”.
Varti: Não existe um Valter na região. É tudo Varti. Pode ser com “W” ou com “V”, sempre vai ser Varti.
Véio: No sítio não tem velho, só véio. Usa-se também este termo no feminino: “Essa muié é muito véia pro cê”.
Virá com o arreio pra barriga: Quando alguém fica muito nervoso. No sítio se fala: “Quando a minha muié ficou sabendo das minhas puladinhas, ela virou com o arreio pra barriga”. É uma comparação com a situação do peão, que andando à cavalo, o arreio roda por não estar muito bem preso, e vira para a barriga, derrubando o peão.
Xicra: xícara.
Zambeta: que tem a perna torta.
Zarôio: caolho.
Zóio: É o mesmo que olho. Tem uma brincadeira que se faz no sítio, dizendo: Zóio, zoreia, zunha e zovido”, referindo-se a “olho, orelha, unha e ouvido”.
Zorêia: orelha.
Zunhada: unhada, arranhar com as unhas.
Adiverti: Não tem nada a ver com advertir. Na verdade é o mesmo que divertir. No sítio se fala: “Nóis se adiverti com os bailão”.
Alói: É o mesmo “alui”, mas o caipira às vezes diz: “Ele não alói do lugar”.
Aluí: O caipira usa muito esta expressão sempre que se refere a algo que não se mexe, ou até com pessoas. Você pode ouvir: “Fiz toda força pra rancá o toco, mas nem aluiu”. Ou então: “Minha sogra fica aqui em casa mais de ano. Quando eu penso que ela vai embora, ela nem alui”. Aluí é mexer, mover-se.
Antonte: É quando foi a dois dias. Na cidade se fala anteontem.
Argudão: É aquela planta que chama-se na cidade de algodão.
Arve: Na cidade e nos dicionários é citado como árvore. No sítio é arve mesmo.
Bacuri: criança recém-nascida.
Baita: Grande. Na roça, quando vai dizer que o porco é grande fala-se “é um baita de um porco”.
Bão: É quando o negócio é bom. Na vida do caipira não existe nada bom. Tudo é bão.
Bestagem: bobagem.
Bico de luiz: Ponto para se colocar uma lâmpada. Mas o capiria também refere desta forma à luz, ou à lâmpada, colocada em algum lugar e que pode ser acesa.
Boi do cu branco: Indivíduo que faz tudo para ser diferente. Todo mundo faz de um jeito, e ele faz ao contrário, só pra aparecer.
Bosta da égua: É uma expressão utilizada quando se quer ignorar alguma pessoa, mostrar indiferença. Se diz: “Bosta da égua pra ele”.
Braba: Usa este termo quando a mulher é brava: Éla é muito braba”, como se usa no masculino, brabo. Mas é muito usada quando se refere à pinga ou pimenta muito forte: “Essa pinga é braba, sô”. “A pimenta malagueta é muito braba”.
Brabo: Este é um termo muito usado em algumas situações. A primeira se diz quando alguém ou animal é bravo: “Aquele cachorro do Tonho é brabo”. Quando algo é muito ruim: “Tá brabo o carro do Jão”. Quando algo de comer é muito forte: “Esse moio com pimenta tá muito brabo”.
Caboco: pessoa muito simples.
Campiá: procurar.
Capado: No sítio capado sempre é porco que se mata depois de ficar um tempo na ceva. Antes de colocar o porco para engordar, ele é castrado, que no sítio é capado. O caipira não castra, ele capa. Assim todo porco grande é capado.
Capitar: É o mesmo que capital.
Chapa: No linguajar caipira chapa é dentadura. Também é conhecida como “perereca”.
Chegá: É o mesmo que chegar.
Chick no úrtimo: Quando algo é muito bom. Esta expressão é bem recente. Fala-se: “A festa do peão está chick no úrtimo”.
Coeio: É aquele animal que é chamado na cidade por coelho.
Corgo: É o mesmo que córrego. O caipira só vai pescá no corgo, nunca no córrego.
Corguinho: É um corgo pequeno. Quando tem um fiuzinho de água correndo, aquilo é um corguinho.
Cortá-chão: Ir embora. Quando o capiria que ir embora ele diz: “Vou cortá-chão”.
Cu da maritaca: É uma situação de indignação ou até de revolta. Imagine um carro encravado. O caipira desce do carro, olha bem e lamenta: “É o cu da maritaca”. Ou então ele ouve que a chuva vai demorar. Ele reclama: “É o cu da maritaca”.
Cuisso: É o mesmo que “com isso”. Diz-se: “Não tenho nada cuisso”.
Cum: É o mesmo que “com”.
Cuzinha: O mesmo que cozinha.
Dasveis: às vezes.
De banda: de lado.
Deixar debaixo do balaio: É alguém que deixou alguém esperando. O caipira fala: “Fiquei duas horas esperando e você me deixou debaixo do balaio”. Pode ser também quando se quer ganhar tempo com alguma situação. Aí é assim que se fala: “Vamos deixar esse negócio debaixo do balaio, depois a gente conversa e acerta”. Coisa que está pra acontecer.
Di: dei.
Escangaiado: quebrado, destruído.
Estorva: atrapalha.
Fazê mar: É quando um rapaz desvigina uma menina, ou engravida-a. Então se diz: “O fulano fez mar pra menina”.
Fazeno: O mesmo que fazendo.
Festero: É quem faz festa, quem promove uma festa. No sítio tem sempre alguns bons festeros, que estão sempre prontos para animar e fazer festas.
Foia: O mesmo que “folha”.
Figo: Aquele órgão do corpo humano que zanga quando a gente toma muito mé.
Fígado: é aquela carne do boi que a gente come em bife.
Forga: É o mesmo que folga. O caipira diz: “Amanhã é feriado e eu vô tá de forga”.
Forgo: Pronuncia-se “fôrgo”. É o mesmo que fôlego. Quando o caipira ouve um cantor que estica muito a nota, ele diz: “Esse cator tem forgo...”
Foro: A pronúncia é “fôro”. Um exemplo: “Eles foro imbora da cidade”. Seria o mesmo que “foram”.
Fumo: Aqui pode ser duas coisas. Se o caipira quer pitá, ele tem sempre um fumo bão. Mas se ele vai contar alguma coisa, então ele fala: “Nóis fumo pra cidade, antonte”. Neste caso é o mesmo que fomos.
Função: É quando o caipira faz um festa em casa e convida todo mundo. Esta festa é chamada de função.
Gaitada: risada estridente.
Homi: É o mesmo que homem.
Imbora: Fala-se quando a pessoa vai para algum lugar. “O rapaz foi imbora pra capitar”.
Incunvidado: É a pessoa que é convidado. “Eu fui incunvidado para a festa de aniversário”.
Inducação: É igual a educação. Quando a pessoa não é educada, ela é “senducação”.
Ingraçado: No dicionário o termo é grafado como engraçado. Coisa que tem graça.
Inguar: É o mesmo que igual.
Jão: No sítio não se diz João, mas sim, Jão.
Luiz: O mesmo que luz. Para não confundir com o nome próprio, a entonação está no “u”. Seria “Lúiz”.
Meia-pataca: insignificante.
Memo: Caipira não fala “mesmo” de jeito nenhum. Ali é sempre “memo”.
Mii: O caipira nunca planta milho, mas, mii. Ou seja, milho pra caipira é mii.
Mió: Igual a melhor. O caipira usa esse termo também quando algo é ainda melhor. Ele diz: “Esse aqui é mais mió que aquele”.
Modequê: qual a razão, porque.
Mortandela: O caipira não fala mortadela, mas sim, mortandela.
Muié: É o mesmo que mulher.
Nhô: tratamento respeitoso de senhor.
Nóis: O mesmo que nós.
Onti: Quando se refere ao dia anterior. O mesmo que ontem.
Oreia: O mesmo que orelha.
Orná: combinar.
Ovo atravessado: É quando alguém está mau humorado, nervoso. Então diz que "fulano está com o ovo atravessado (ou ovo virado) hoje".
Paiero: É aquele cigarro de palha que o caipira não abre mão. O caipira gosta de fumar um “paiero” dos bons.
Paieta: É chapéu de palha. O caboclo, quando vai na vila comprar chapéu para trabalhar, pede uma “paieta”. Mas é só chapéu de serviço. Pra sair é outro chapéu.
Pau da berada: Quando a pessoa está em uma situação ruim. Pode ser com saúde, mas normalmente usa-se muito quando alguém está numa situação financeira muito ruim. Quando alguém está quase quebrado financeiramente, é comum dizer: “O fulano está no pau da berada".
Pé de boi: pessoa decidida, muito trabalhadora.
Perereca: É o mesmo que dentadura. Conhecida também como chapa.
Pescá: É aquele esporte de se pegar peixe. Na cidade se fala “pescar”.
Picá a mula: Ir embora. Igual “cortá-chão”. Usa-se muito quando tem que sair depressa, por algum motivo. Ele diz, diante de uma confusão: “Eu vou picá a mula”.
Pranta: É o que se chama na cidade de “planta”.
Prantar: É quando o caipira vai trabalhar e começa a “plantar” a lavoura. É o mesmo que plantar.
Questã: É o mesmo que questão. O caipira fala: “A questã é o seguinte...”. briga jurídica; pergunta.
Rancá: É o mesmo que arrancar. O caipira ranca toco, nunca arrancou nada.
Rei: Utensílio que a gente usa para bater na anca do cavalo, para incitá-lo a andar.
Réiva: raiva.
Reis: A carta do baralho com a letra "K".
Relá: Na cidade, relar (o mesmo que relá) é apenas tocar, mas no sítio, relá tem um significado muito maior. Vai além de um simples toque. Normalmente vem acompanhado de mão. Ficando uma única expressão “relá a mão”. É comum o caipira dizer: “Quem relá a mão nessa arve, morre”.
Sacudido: pessoa decidida, capacitada e trabalhadora.
Senducação: Quando alguém não tem educação. É comum ouvir, no sítio: “Aquele rapaz é muito senducação”.
Suzim: sozinho.
Tá: O mesmo que “está”.
Táio: talho, corte
Tô: Igual a “estou”.
Tôco: pessoa muito rude, pedaço pequeno de um tronco.
Trezontonte: É quando a coisa aconteceu faz três ou quatro dias. O caipira diz: “Eu te vi faiz trezontonte, fazendo compra na vila”.
Truxe: O caipira não fala trouxe, mas sim truxe. Ele diz: “Eu truxe um canivete dos bão”.
Úrtimo: É o mesmo que último.
Vará: É o mesmo que atravessar, mas tem mais uma interpretação. Os meninos, quando chegava circo na cidade, eles varavam, ou seja, passavam, escondidos, debaixo da lona para assisitirem o espetáculo de graça. O garoto falava para o outro: “Vamos vará o circo?”. Na primeira interpretação, vará é atravessar algo. O caipira diz: “O tiro varô o peito do home”.
Varado de fome: Se diz quando está com muita fome. O caipira diz: “Estou varado de fome”.
Varti: Não existe um Valter na região. É tudo Varti. Pode ser com “W” ou com “V”, sempre vai ser Varti.
Véio: No sítio não tem velho, só véio. Usa-se também este termo no feminino: “Essa muié é muito véia pro cê”.
Virá com o arreio pra barriga: Quando alguém fica muito nervoso. No sítio se fala: “Quando a minha muié ficou sabendo das minhas puladinhas, ela virou com o arreio pra barriga”. É uma comparação com a situação do peão, que andando à cavalo, o arreio roda por não estar muito bem preso, e vira para a barriga, derrubando o peão.
Xicra: xícara.
Zambeta: que tem a perna torta.
Zarôio: caolho.
Zóio: É o mesmo que olho. Tem uma brincadeira que se faz no sítio, dizendo: Zóio, zoreia, zunha e zovido”, referindo-se a “olho, orelha, unha e ouvido”.
Zorêia: orelha.
Zunhada: unhada, arranhar com as unhas.
(Fonte: ctcriopreto.com.br)
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