sexta-feira, 21 de junho de 2013

Outros Sonetos


I

O cisne naquela hora extrema, quando
vem caindo a perpétua noite escura,
Do espesso bosque a solidão procura,
Saudosissimamente suspirando.

E o novo som melodioso e brando,
Cheio só de desgosto e mágoa pura,
Os piedosos peitos sem ventura
Ao longe e ao perto vai dilacerando.

Assim também, sujeito à dura sorte,
Espalho o meu queixume no ambiente,
Para que me alivie e me conforte.

Sinto a mesma tristeza que a ave sente.
Pois amor torna a vida numa morte,
Que tortura e mata lentamente.

(Autor: José de Abreu Albano)

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