quarta-feira, 22 de maio de 2013

Tempo de Esquecer



Sabes que sou como um rio abandonado
no sedento leito do esquecimento,
e a tua vã lembrança tão unido
como a água ao seu céu refletido;

Sabes que sou como o tempo desfolhado
na mão final do que foi perdido
e, como um horizonte proibido,
me envolves o sonho vigilante;

Sabes que sou como o ar, destinado
ao voo de tuas aves, som ferido
surdidor rouxinol e enamorado:

Sobre este coração crepuscular
e por turvas marés assaltado,
tornas-te nuvem voando para o esquecimento.

(Autor: Eduardo Carranza)

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