quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Respirar...

Respirar, invisível dom – poesia!
Permutação entre o espaço infinito
e o ser. Pura harmonia
onde em ritmos me habito.

Única onda, onde me assumo
mar, sucessivamente transformado.
De todos os possíveis mares – sumo.
Espaço conquistado.

Quantas dessas estâncias dos espaços
Estavam já em mim. E quanta brisa
Como um filho em meus braços.

Me reconheces, ar, nas tuas velhas lavras?
Outrora casca lisa,
céu e folhagem das minhas palavras.

(Autora: Rainer Maria Rilke - Tradução de Augusto de Campos)

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