segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Perseverança

Jogo a minha rede no mar da vida
 e às vezes, quando a recolho, 
descubro que ela retorna vazia. 
Não há como não me entristecer 
e não há como desistir. 
Deixo a lágrima correr, 
vinda das ondas que me renovam,
 por dentro, em silêncio: 
dor que não verte, envenena. 
O coração marejado, arrumo, 
como posso, os meus sentimentos. 
Passo a limpo os meus sonhos. 
Ajeito, da melhor forma que sei, 
a força que me move. 
Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas 
redes que voltam vazias, 
sou corajosa o bastante para não
 me acostumar com essa ideia. 
Se gente não fosse feita pra ser feliz, 
Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. 
Perseverança não é somente 
acreditar na própria rede. 
Perseverança é não deixar de crer na 
capacidade de renovação das águas.
Hoje, o dia pode não ter sido bom,
 mas amanhã será outro mar. 
E eu estarei lá na beira da praia de novo. 

(Autora: Ana Jácomo)

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