Da tarde os vivos e áureos esplendores
No véu crepuscular se vão turvando.
Luz de um flébil clarão fugace e brando
Derrama o Sol nos últimos palores.
Os alados e prófugos cantores
Buscam seu ninho, lépidos, em bando...
O velho mar, soturno, está rezando
Uma oração feita de mágoa e dores.
É noite. A treva estende-se na terra...
Cessa da vida a atrabiliária guerra...
E a via-láctea pelo espaço mudo,
Lembra a espuma da fervida cascata,
Lembra uma faixa alvíssima de prata
Sobre um pedaço negro de veludo.
(Autor: Arthur de Salles)
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