sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Vento e a Alma



Com tal veemência o vento
vem do mar, que seus sons
elementares contagiam
o silêncio da noite.

Só em tua cama o escutas
insistente nos cristais
tocar, chorando e chamando
como perdido sem ninguém.

Porém não é ele quem em desvelo
Tem-te, senão outra força
de que teu corpo é hoje prisão,
foi vento livre, e recorda.

(Autor: Luiz Cernuda - Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

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