quinta-feira, 1 de março de 2012

Valsa



Move-se, treme, anseia, empalidece,
Cai, agoniza: acaba-lhe nos braços;
Refolga, arqueja, torna, reaparece,
Solda-lhe o seio, a boca, as mãos, os passos..

Gira, volta, circula... Os olhos lassos
Tem langue, mole, voluptuosa prece:
A fronte branca ao colo dele esquece.
Atam-lhe as carnes invisíveis laços...

Na sala, a um vão, inquieto a vejo e a vejo!
Sofrer?! ... não sei... mas toma-me um desejo,
Ao ver um só nos dois, o grupo enleiado...

Rojar-me ao chão, à terra, de repente,
E nas voltas daquela valsa ardente
Morrer em baixo de seus pés calcado!

(Autor: Luiz Delfino)

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