sábado, 6 de agosto de 2011

Cidade sem Portas

Uma cidade sem portas
em que o amor circule vasto
sem previsão de caminho
distribuído por igual

 em que o pão navegue cedo
para as fomes entreabertas
sem ver números ou faces
distribuído por igual.
Cidade assim planejada
no chão irreal do sonho
poderá brilhar ao sol
conquanto assim o desejes

conquanto assim o desejem
os rostos que voltam à tarde
para banhar-se na água
e aceitar o fim da tarde
e ver amanhã o dia
recompor-se nos telhados
com a mesma carga de dor
e o mesmo peso de suor.

Quem disse que a vida é sempre
um mesmo caminho à noite?
Uma via de segredos
e outra de chaga aberta?
As coisas que te rodeiam
são menos elas que tu
basta que nasças de novo
e plasmes de novo a vida.

(Autor: Roldão Mendes Roda)

Nenhum comentário:

Postar um comentário