UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ode ao amor perdido


Se te entristeces e
tua alma pesa e sofre
ao partir teu amor,
se não sustentas teu corpo,

nem tua alma
e teus olhos já não suportam
não vê-lo a teu lado.
Se teus ouvidos não toleram
o silêncio estacionado no quarto.
Se teus lábios ficam ressequidos,
e teus dedos tremem sem controle...
e ainda, se tuas noites são insones...
e tua carne como que se rompe da pele.
Se tuas veias estão como que
 Incendiadas... e mais,
Não miras mais a lua,
nem sentes o aroma das flores.
Não consegues sequer pensar em paz,
Então saiba... que antídoto não há...
Tratamento... só existe um eficaz,
Que te poderá trazer paz...
Que te poderá tranquilizar
E outro amor arranjar...
Simplesmente, AME.
Não deixe para amanhã.
Para curar males do coração,
Depressa encontrar outra paixão...

(Autor: Marcial Salaverry)

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