E o Sol disse, melancólico, à Lua:
- Jamais estamos juntos, em um mesmo lugar.
Pouco nos vemos; sempre vou antes do seu raiar.
Sucessivamente você chega e não posso ficar.
Quando vou ter, para sempre, a presença sua?
- Jamais estamos juntos, em um mesmo lugar.
Pouco nos vemos; sempre vou antes do seu raiar.
Sucessivamente você chega e não posso ficar.
Quando vou ter, para sempre, a presença sua?
Resignada, põe-se a dizer ela ao Sol:
- Altaneiro, devaneia sob seu brilho, desvairado.
Não vê que, continuamente, passo noites em claro
para andar poucas horas do dia a seu lado.
Brilho, mas de dor, quando some no arrebol.
- Altaneiro, devaneia sob seu brilho, desvairado.
Não vê que, continuamente, passo noites em claro
para andar poucas horas do dia a seu lado.
Brilho, mas de dor, quando some no arrebol.
Assim, em torno do adequado eixo nosso,
giramos, eclípticos, qual satélite de nós próprios.
Sem luz ou brilho que nos projete, sóbrios,
surgimos e sumimos no horizonte, em lado contrário
de quem nos segue em estratosférico esforço.
giramos, eclípticos, qual satélite de nós próprios.
Sem luz ou brilho que nos projete, sóbrios,
surgimos e sumimos no horizonte, em lado contrário
de quem nos segue em estratosférico esforço.
(Autor: Ari Donato)
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