UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Palavras Vagas


Não invoques o meu silêncio
Pois é tão incandescido quanto a ti.
Não queiras entender como eu te amo
Pois te ordenará em confusão.
Não me faça dizer-te palavras
Se não podes suportar minhas verdades.


Não acordes a minha alma
Se não podes confortá-la.
(Deixa-me com a minha solidão...)
E se não podes com a minha paixão
Deixe o meu coração dormir
Já que não podes suportar o meu amor!

(Autor: Walter Siva Dolandmay)

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