terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Dentro da Noite



   Dentro da noite a vida canta
 E esgarça névoas ao luar...
 Fosco minguante o vale encanta.
Morreu pecando alguma santa...    
   A água não pára de chorar.  
Há um amavio esparso no ar...
Donde virá ternura tanta?...
 Paira um sossego singular.
   
  Dentro da noite...   
 Sinto no meu violão vibrar
A alma penada de uma infanta
Que definhou do mal de amar...
Ouve... Dir-se-ia uma garganta
Súplice, triste, a soluçar  
     Dentro da noite...

(Autor: Manuel Bandeira)

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