Se te procuro, fujo de avistar-te,
e, se te quero, evito mais querer-te;
desejo quase... quase aborrecer-te,
e, se te fujo, estás em toda parte.
Distante, corro logo a procurar-te,
e perco a voz e fico mudo, ao ver-te;
se me lembro de ti, tento esquecer-te,
O pensamento assim partido ao meio,
e o coração assim também partido,
chamo-te e fujo, quero-te e receio!
Morto por ti, eu vivo dividido;
entre o meu e o teu ser sinto-me alheio,
e, sem saber de mim, vivo perdido!
(Autor: José Bonifácio de Andrada e Silva)
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