domingo, 7 de novembro de 2010

O Filho do Homem


  
Apareceu um homem, entre esses
milhões de habitantes terrestres...

  E esse homem veio tornar-se
o centro da história da humanidade. 
  Não fez descobertas nem invenções, não
 derrotou exércitos nem escreveu livros
- esse homem singular.
 Não fez nada daquilo que a outros
homens garante imortalidade entre
os mortais - o que nele havia
de maior era ele mesmo...

Pelo ano do seu nascimento datam
todos os povos cultos a sua cronologia.
    Possuía esse homem exímios dotes
de inteligência - e infinita delicadeza
de coração.

    A sua vida se resume numa epopéia
de divino poder - e num poema
de humano amor.
Havia na vida desse homem
uma pátria e uma família
- mas também exílio
 e uma solidão.

 Havia inocentes com sorriso
nos lábios - e doentes com
as lágrimas nos olhos.
Havia apóstolos - e apóstatas...
 Brincava nos caminhos desse homem
a mais bela das primaveras
- e espreitava-lhe os passos a mais
negra das mortes.

Esse homem vivia no mundo
- mas não era  mundo... 
 Quando chegou,
"não havia lugar para ele na estalagem"
- quando partiu, só havia lugar numa cruz,
entre o céu e a terra.

Esse homem não mendigava amor
- mas todas s almas boas o amavam...
 Era amigo do silêncio e da solidão
- mas não conseguia fugir do tumulto
da sociedade, porque
"todos o procuravam"...

     Irresistível era o fascínio da sua
personalidade inaudita a potência
das suas palavras...

  Todos sentiam o envolvente mistério
da sua presença - mas ninguém
sabia definir esse estranho
magnetismo... 
     Era uma luminosa escuridão
- esse homem... 
  Não bajulava a nenhum poderoso
- e não espezinhava nenhum
miserável...

Diáfano como um cristal era o seu
caráter e, no entanto, é ele o maior
mistério de todos os séculos...

    Poeta algum conseguiu atingir-lhe
as excelsitudes - filósofo algum
valeu exaurir-lhe as profundezas...

  Esse homem não repudiava Madalenas
nem apedrejava adúlteras
- mas lançava às
penitentes palavras de perdão
e de vida...

  Não abandonava ovelhas desgarradas
nem filhos pródigos - mas cingia
nos braços a estes e levava nos
ombros aquelas... 
      Esse homem não discutia
- falava simplesmente...

     Não esmiuçava palavras nem
contava sílabas e letras,
como os rabís do seu tempo
- mas rasgava imensas perspectivas
de verdade e beatitude...

    Por isso diziam os homens,
felizes e estupefatos:
"Nunca ninguém falou como
esse homem fala!"...
Para ele, não era o esquife
o ponto final da existência
- mas o berço para
a vida verdadeira...

Por isto, vivem por ele e para
ele os melhores dentre os filhos
dos homens - porque adoram nesse
homem o homem ideal,
o homem-Deus... 

(Autor: Huberto Rohden)

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