quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A batalhas de amor campo de pluma

Languidez, languidez! tem paciência, formosa!
Acalma esse febril e indômito desejo;
A amante deve ter, no embate mais sobejo.
o abandono da irmã, tímida e carinhosa.

Em teus afagos, pois, sê branda e langorosa,
como do teu olhar o dormente lampejo,
que embora fementido, um prolongado beijo
vale mais que a expressão da carne luxuriosa.

Tu me dizes, porém, que no teu seio ardente,
ruge a fulva paixão, famulenta e bravia;
pois deixá-la rugir desenfreadamente!

A fronte em minha fronte e a mão na minha presa,
choremos, doce amor, até que venha o dia,
jurando o que amanhã negarás com certeza!

(Autor: Paul Verlaine - Tradução: Baptista Copellos)

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