UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Aprendi

Eu aprendi
Que não se pode arrancar o amor da alma

Aprendi
Que tudo na vida passa é só ter calma
Que a saudade dói
Mas com o tempo a saudade vira herói.

Aprendi
Que o amor verdadeiro
Não aquele que marca o coração por ser derradeiro.

Aprendi
Que você olhando para traz
Vê que passou não volta mais.

Aprendi
Que o amor não tem fim
Se acabou não era amor assim
E nem era para mim.

Aprendi
Que as pessoas gostam que elas vejam
Não do que as outras pessoas sejam.

Aprendi
Que a confiança
É inocente
Portanto, vivo contente.

Aprendi
Que as pessoas
De tanto apanhar
Não querem mais se arriscar.

Aprendi
Que o silêncio
É o dono da imaginação
E faz confusão.

Aprendi
Que se tentar deduzir
Pode-se confundir.

Aprendi
Que brincar de amar
Pode machucar
E as lágrimas irão rolar.

Aprendi
Que não ter confiança
É amor sem bonança

Aprendi
Que se entregar
É também deteriorar

Aprendi
Que tudo tem que ser como dose de remédio
Para não ter desgosto e tédio

Aprendi
Por mais que você tente agradar todo mundo
Não consegue
Mundo é mundo.

Aprendi
Viver no meu mundo não no de todo mundo...

(Autora: Anna Lucia Tavares)

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