UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 4 de julho de 2010

Quando eu amei de verdade

Quando eu me amei de verdade,
Compreendi que em qualquer circunstância,
Eu estava no lugar certo e na hora certa
E então pude ficar tranquilo,
Hoje sei que a isso se chama auto-estima.

Quando eu me amei de verdade,
Pude perceber que a minha angústia e sofrimento
Não passam de um sinal de que estou a contrariar a minha verdade.
Hoje sei que a isso se chama autenticidade.

Quando eu me amei de verdade,
Parei de desejar que a vida fosse diferente,
E comecei a ver que tudo contribui para o crescimento.
Hoje sei que a isso se chama amadurecimento.

Quando eu me amei de verdade,
Percebi que é ofensivo forçar algo ou alguém a uma situação
Hoje sei que a isso se chama respeito.

Quando eu me amei de verdade,
Comecei a livrar-me de tudo o que me diminuísse.
De início pensei que fosse egoísmo,
HOJE sei que a isso se chama amor-próprio.

Quando eu me amei de verdade,
Deixei de fazer grandes planos
Hoje faço o que gosto, quando quero e no meu ritmo.
Hoje sei que a isso se chama simplicidade.

Quando eu me amei de verdade,
Desisti de querer ter sempre razão,
E com isso errei menos vezes.
Hoje sei que a isso se chama humildade.

Quando eu me amei de verdade,
Desisti de ficar só no passado e de me preocupar tanto com o futuro.
Agora me mantenho mais no presente,
Hoje sei que a isso se chama plenitude.

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