Não lembrar! Em tardes dolorosas
Lembro-me que fui a primavera
Que em muros velhos faz nascer as rosas!
Pairavam como pombas... Quem soubera
Por que tudo passou e foi quimera,
E por que os muros velhos não dão rosas!
Mas digo para mim: "Não me merecem..."
E já não fico tão abandonada!
Que também é orgulho ser sozinha
E também é nobreza não ter nada!
(Autora: Florbela Espanca)
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