segunda-feira, 31 de maio de 2010

Satélite

Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira muito cosmograficamente
Satélite.

Desmetaforizada,
desmistificada.
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.

Mas tão-somente
Satélite.

Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atrbiuições românticas;
Sem show para as disponibilidades sentimentais!

Fatigado de ti assim:
Coisa em si,

- Satélite.

(Autor: Manuel Bandeira)

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