quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Soneto de Amor - XLVI

Das estrelas que admirei,
molhadas
por rios e rocios diferentes,
eu não escolhi senão
a que eu amava
e desde então durmo
com a noite.
Da onda, uma onda e outra
onda,
verde mar, verde frio, ramo
verde,
eu não escolhi senão
uma só onda:
a onda indivisí­vel
de teu corpo.

Todas as gotas, todas as
raí­zes,
todos os fios da luz vieram,
vieram-me ver tarde ou cedo.

Eu quis para mim tua cabeleira.
E de todos os dons de minha
pátria
só escolhi teu coração
selvagem.

(Autor: Pablo Neruda)

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