UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Além das portas


Além das portas da percepção da sua fraqueza, posta-se a sua força.

Além das portas da percepção da sua dor, posta-se o seu prazer e a sua alegria.

Além das portas da percepção do seu medo, posta-se a sua segurança e a sua proteção.

Além das portas da percepção da sua solidão, posta-se a sua capacidade de ter realização, amor e companhia.

Além das portas da percepção da sua desesperança, posta-se a verdadeira e justificada esperança.

Além das portas da aceitação das carências da sua infância, posta-se a sua realização agora.

(Autor Desconhecido)

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