UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Guardião das Estrelas




Guarda tuas agustias nas páginas viradas,
Elas estarão sempre lá,
Mas serão contexto passado. 

 
Cultive a humildade,
O silêncio e a observação nos teus campos.
Aquele que sustenta o infinito o verá. 

 
Receba a indiferença
Apenas como um acidente de percurso.
Não deixe que ela te marque. 

 
Mesmo que esteja
Nos teus piores dias ofereça um sorriso,
O amor nasce em pequenos detalhes. 

 
Não sinta o peso da existência.
A vida é energia densa porém maleável.
Vá moldando conforme a caminhada. 

 
No fim tudo é luz ou escuridão.
No universo a cada segundo nasce uma estrela,
Pesevere e seja uma delas.




(Autor: Gerson F. Filho)

Nenhum comentário: