As mãos que solto...
São aquelas que não deveria soltar!
E, se de fato me importo,
é que estas eu só soube amar!
E, como segredo juvenil,
guardei-as a sete chaves!
Foi um amor que ninguém viu,
sepultado na aridez do coração e um oásis...
Pelas noites em silêncio...
Acariciavam os meus cabelos!
E, nas cantigas suaves do vento,
junto às minhas, acolhiam meus apelos...
E há quem diga que seriam pecadoras...
As mãos que não guardavam nossas alianças!
Porém, foram elas sonhadoras,
na ilusão nossa de qualquer bonança...
Colhiam flores... eu me lembro...
E me entregavam sempre festivas!
Tristes eram no mês de dezembro,
quando cada um vivia a sua vida...
E quando juntadas em prece?
Segurando um terço entre elas...
Na mistura do certo e errado,
do amor cigano e sentinela!
Um misto de pureza e pecado...
Mãos que arrumavam meu colarinho!
Quando o adeus doía sempre dobrado
e cada qual seguia seu caminho...
Mãos que me seguiram por algumas tardes,
onde o sol nos espiava no poente...
Encontros fortuitos em nossa vida,
onde nossas almas guardarão para todo sempre...
As mãos que solto...
São aquelas que não deveria soltar!
E, se de fato me importo,
é que estas eu só soube amar!
Qual areia movediça
afundo na tristeza do coração!
Pela família, cumpro um triste rito...
Aos olhos de todos vivo um amor bonito...
Aparências!
(Maldito)
Hoje solto as suas mãos!
(Autor: José Geraldo Martinez)
Nenhum comentário:
Postar um comentário