UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Amo-te


Eu sinto-me perdido
em mundos de encantar
possuo um coração ardido
que tem muito para dar.

Eu aprecio a água do mar
e o vento que sopra em redor
eu tenho o poder de te amar
e o de pensar no pior.

Mas não sou feito de ferro
Não tenho um poder infinito
e vagueio sozinho lutando
num mundo de coração aflito.

E noto o quanto gosto de ti
e vejo tudo o que sou capaz
Observo o quanto sofri
e tudo o que deixei para trás.

Não sei quando te verei de novo
Não vejo o fim deste tormento
Mas noto um futuro diferente
deste presente de sofrimento.

E sonho... sonho bem alto
E das profundezas de chamo
E subo ao mais alto asfalto
Pra gritar ao mundo o quanto te amo.

(Autor: Rui Pedro Sousa)

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